Sou tudo aquilo que escrevo.Não há melhor forma de me conhecer.Nas palavras encontrei todos os sentidos.Nos gestos descobri todas as emoções. No amor descobri a vida em mim.Tudo em mim é mar, calmo ou violento, quando olharem esse azul imenso de água pleno, relembrem as palavras que escrevi, esse é o segredo de estar aqui.
Domingo, 6 de Maio de 2007
Dispersam-se oliveiras
nas margens das searas;
giestas em flor
vestem os caminhos;
despontam girassóis
é verde a distância;
desabrocham rosas
abrem açucenas;
florescem cardos
colheita do pastor;
seca-se o poejo
guarda-se o aroma;
regressam rebanhos
agita-se a charneca;
flautas e chocalhos
quebram o silêncio;
só a planície
permanece triste
porque as papoilas,
com os malmequeres,
já não se encontram
nos verdes trigais.
Beja, 2002
Autora: Mª Fernanda Argel (mãe)