Sou tudo aquilo que escrevo.Não há melhor forma de me conhecer.Nas palavras encontrei todos os sentidos.Nos gestos descobri todas as emoções. No amor descobri a vida em mim.Tudo em mim é mar, calmo ou violento, quando olharem esse azul imenso de água pleno, relembrem as palavras que escrevi, esse é o segredo de estar aqui.
Domingo, 6 de Maio de 2007

Nostalgia

Na tarde serena,
vestida de sol,
aromas e brisa
enchem o espaço
dos caminhos tristes.
Vão beijando os montes,
despidos de vida,
procuram rebanhos,
pastores e flautas,
espigas tombando
em árdua cadência,
planícies cheias
de cantos sentidos,
nascidos da alma
saudando o sol pôr.
E o silêncio é tanto
que o aroma chora
e a brisa deseja
para este Alentejo
feito de saudade
e também de pranto,
a esperança viva
do seu renascer
como sempre foi,
pleno de encanto.

1995

Autora: Mª Fernanda Argel (mãe)
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Abrigo por Anamel às 20:40

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Universo

Pertencem-me os jardins
quando os visito;
são minhas as flores
quando as contemplo;
são meus os caminhos
onde me sinto livre;
é meu o luar
quando protege as noites
e ameniza a solidão;
é meu o amanhecer
quando, em silêncio,
vejo o Sol nascer;
sou dona dos rios
quando estou só
nas suas margens;
desejo, também,
que sejam meus
os afectos e os amigos
para um dia escrever,
serenamente,
o último poema.

Beja, 29/04/2002

Autora: Mª Fernanda Argel (mãe)
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Mensagem

No silêncio das noites
Na solidão das madrugadas
Pode renascer a esperança
Que saúda cada amanhecer
Suaviza as horas
Embeleza os dias
Tornando-os plenos
De alegria, paz e amor
Com direito ao sonho
Para fazer da vida um poema
Da liberdade um hino
Da verdade um ideal.

Beja, 25/9/92

Autora: Mª Fernanda Argel (mãe)
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As cores da memória

Gosto da chuva
quando,
suavemente,
vai regando a terra,
nos oferece o verde
salpicado
de flores e frutos,
nos lava o rosto,
escondendo a lágrima,
teimosa,
provocada
pela nostalgia
de outro tempo
guardado e contido
no calendário
de tantas memórias
em que eu,
de forma inocente,
desejava a tempestade
porque me ensinaram
a acreditar
que as nuvens partiam
mas no céu deixavam,
para sempre,
o meu Arco Íris.

Beja, 11/1/2001

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Interrogação

O amor sem respeito, admiração e tolerância, é melodia incompleta.

Maria Fernanda

De mãos enlaçadas,
num dia distante,
fizemos projectos.
A tarde caía
e nós, indiferentes,
trocámos afectos.
Depois caminhámos,
em silêncio cúmplice
sorrindo, enlevados.
Dissemos adeus,
por breves momentos
tão encantados!
Finalmente o dia
de todos os sonhos.
E o tempo passou,
veloz e amargo,
deixando a pergunta:
Porque não estamos
mais enamorados?

Beja, 14/2/96

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A lágrima e o orvalho

Se a lágrima fosse
como o orvalho
que a terra recebe
e a flor agradece,
o choro contido,
o soluço abafado
e o medo do pranto
seriam o grito
pela liberdade
de mostrar a dor
e o preconceito,
assim ignorado,
deixaria ver
como tantas vidas
são um desencanto.

25/10/98

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Memória

Contemplo o mar
na hora tardia
deste meu Outono.
E absorta,
nostálgica,
volto a ser menina.
Deixo-me afagar
pela maresia
enfeito os cabelos
com laços de espuma
invento jardins
feitos de sargaço
ponho nos canteiros
murmúrios de esperança
e quase acredito
que sou Primavera.

Beja, 8/3/98

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As cores do Alentejo

Dispersam-se oliveiras
nas margens das searas;
giestas em flor
vestem os caminhos;
despontam girassóis
é verde a distância;
desabrocham rosas
abrem açucenas;
florescem cardos
colheita do pastor;
seca-se o poejo
guarda-se o aroma;
regressam rebanhos
agita-se a charneca;
flautas e chocalhos
quebram o silêncio;
só a planície
permanece triste
porque as papoilas,
com os malmequeres,
já não se encontram
nos verdes trigais.

Beja, 2002

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Reviver

Era mais um Outono
de noites longas
e luar tardio,
igual e monótono,
com restos de Sol,
aquecendo ainda
meus dias inquietos,
então bem diferentes
porque fui feliz
esperando outra vida
que chegou suave
como Primavera
deixando em meu regaço
as flores sonhadas
que eu queria oferecer-te,
em cada momento
de uma vida longa,
plena de amor
e felicidade.

25/9/93

Autora: Mª Fernanda Argel (mãe)
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Tão longe o mar..

Tão longe o mar
da minha infância
que me viu brincar,
crescer e saltar,
desfazer castelos
entre gargalhadas
e nas suas águas
mergulhar as tranças.

Tão longe o mar
de ondas bravias
que se desfaziam
em beijos de espuma
na areia branca
onde divagava
e imaginava
um amanhã
pleno de alegrias.

Tão longe o mar
de tantos segredos
e também dos meus
que ficaram seus
quando o alvoroço
do primeiro amor
me deixou sonhar
que podia amar,
feliz e sem medos.

Meu mar imenso
como eu te lembro
ondulando os barcos
presos nas amarras
e depois da faina
regressando lestos,
devolvendo vidas
a quem esperava,
nas tardes amenas
de um outro Setembro.

Beja, 25/9/98

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