Ilha dos meus encantos...Esqueci-me do mundo desde a derradeira hora em que te vi. E pensei, ilusão.
Deixaste-me assim saudade, memória, alma, sem coração.
Fui à ilha, chamam-lhe do Pessegueiro, eu dos meus encantos.
Caminhei desacertadamente nas ondas dos teus beijos, nas areias do teu corpo, sonhei.
Queria ter-te embrenhado no meu peito, entranhado no baú das memórias por esquecer, envolto nos gestos de amiba que me acordam antes de adormecer.
Descobrir os segredos do mar, as ventanias das ternuras, as tempestades da paixão, viver.
Vem.
Subir a montanha mais alta do meu ser, descobrir a quimera, reinventar o sonho, vem.
Vem.
Visitar os encantos, arquitectar os recantos, escrever a pele em palavras entrelinhas, vem.
Vem.
Regressa à saudade, inventa a memória, o que fomos em gestos silêncios, vem.
Vem.
Mão na mão, mão na alma pensamento, mão desacertada olhos fechados, indelevelmente tão forte sentir, vem.
Vem.
Pinta teus matizes nas cores cansadas, acorda a madrugada, vem.
Vem.
Sentir, sentir-me, existir em nós, vem.
27/11/06